quarta-feira, 24 de junho de 2020

Viajar no tempo I

Fotografia minha. Fachada frontal do Mosteiro dos Jerónimos.

 O Mosteiro dos Jerônimos em Lisboa é o maior exemplar arquitetónico do estilo manuelino, tendo o nome origem em Manuel I, responsável pela expansão marítima mundial iniciada no século XV. Como forma de perpetuar a glória do reinado, o monarca  construiu uma igreja e um mosteiro como forma de representar a glorificação dos acontecimentos.


O local escolhido ficava localizado à entrada de Lisboa, nas margens do Rio Tejo. De lá os navios partiam para desbravar o Novo Mundo e as novas rotas, mais especificamente na freguesia de Belém em Lisboa. A exacta localização é onde anteriormente se situava a Igreja de Santa Maria de Belém, bastante frequentada por navegadores antes de embarcarem nas caravelas.

Fotografia minha. Claustros do Mosteiro dos Jerónimos.
 Também aqui os nossos marinheiros se podiam confessar antes de partirem, usando uma parte dos claustros onde foram construídos confessionários.

Imagem retirada da net. Porta de entrada do confessionário.
Estas portas, relativamente pequenas quando comparadas com outras, dispõem-se ao longo de um dos quadrantes dos claustros, conforme se pode ver na fotografia anterior a esta. O seu interior é austero,  composto somente por uma janela com grades quase ao nível do chão. 

Fotografia minha. Janela gradeada interior ao confessionário.

Quando lá entrei, percebi que para lá das grades o ambiente é escuro e, para mim, tenebroso, e que se fechasse a porta de  entrada, a divisão ficaria na penumbra total. O ambiente adequado para a confissão. Embora sendo católica por baptismo, não me considero como tal, logo,este acto, não me faz sentido. Contudo, pensando melhor, se nos situarmos no tempo dos descobrimentos, estes homens, sabendo que iriam embarcar numa "casca de noz" e que as probabilidades de regressarem eram poucas, este devia ser um dos momentos mais importantes.

Tem mil anos uma história
De viver a navegar
Há mil anos de memórias a contar
Ai, cidade á beira-mar
Azul
(...)





7 comentários:

  1. Seriam certamente momentos únicos que os marinheiros desfrutavam dentro do silêncio do seu próprio medo.
    .
    Saudações amigas

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    1. Acho que não conseguimos imaginar, Ryk@rdo. Outros tempos, outras vivências.

      Cps :)

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  2. Pedaços de história que nos faz bem recordar.
    O Mosteiro dos Jerónimos é sumptuoso! (Caramba, hoje resolvi usar um termo em grande) 👍
    Os marinheiros da altura eram uns heróis, os heróis do mar.
    Um abraço, Alexandra.

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    1. Se é, António!!

      Ena, ena, hoje não estamos em modo segunda-feira. :)))

      Um abraço,António.

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  3. Muito bem!! Resta-nos viajar no tempo. Porque visitar fisicamente está difícil!
    ~~
    São sinais do tempo, de tormenta

    Beijo, e um excelente dia :)

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  4. well written history of great architecture....

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  5. Maravilhosa esta publicação... com um tema musical, bem do meu agrado!
    Tenho saudades de passar por Belém, uma zona que aprecio tanto... e sempre com mil motivos para fotografar!... Mas para evitar riscos desnecessários, no momento, aqui para a minha mãe que está por perto... creio que todas as minhas deslocações, este ano, ficarão reduzidas ao estritamente essencial... pelo que adorei matar saudades deste belo monumento, aqui neste post de excelência!
    Beijinhos!
    Ana

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