sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Noite destinada ao Barroco.


Fotografia minha.
 

A Igreja de Santo António, em Lagos, originalmente conhecida como Igreja de Santo António dos Militares, é um dos principais monumentos da cidade. Edificada em 1707, foi destruída pelo sismo de 1755, tendo sido reconstruída em 1769.


Fotografia minha.


É conhecida pela riqueza interior em talha dourada, sendo a sua arquitetura de estilo Barroco.


Fotografia minha.


Foi recuperada entre 2015 e 2016. 

 Nada melhor que uma noite de verão, assistindo a um concerto de música Barroca para a ver de novo,  com todo o seu esplendor.


Fotografia minha.




BOM FIM DE SEMANA!


Clicar para ampliar.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

H. Miguel Bombarda III

Fotografia minha.

 

“(…) todas as noites a policia, os bombeiros ou a indignação da família vinham ali abandonar, como um vazadouro derradeiro, os que tentavam em vão emperrar as engrenagens do mundo escaqueirando o quinane do quarto, descobrindo estranhos bichos invisíveis apalpados nas paredes, ameaçando os vizinhos com  a faca do pão ou escutando o imperceptível assobio dos marcianos que a pouco e pouco se vestem de colegas de escritório (…). Havia também os que se apresentavam sozinhos, braços de fome (…) a troco de uma cama onde dormir, clientes habituais que o porteiro reenviava.”

Fotografia minha.

Todas as semanas, num determinado dia, eramos confrontados com novas realidades. Desta feita, percorrendo estes corredores, chegamos à enfermaria X, masculina. Porta fechada. Tocamos à campainha e, acompanhado de um som estridente, ouviram-se as chaves na porta, surgindo do outro lado, uma enfermeira.

"Até aos anos 1980 viveram em grandes camaratas, não tinham armários. Só há 10 a 15 anos passaram a ter espaço para os seus pertences", recorda Álvaro Carvalho.”

Fotografia retirada da net.

 Passamos por um local idêntico a este mas, mais pequeno, com armários e mesas de cabeceira, que se percebia estarem personalizas. “Idália Cardoso, que ficará como a última enfermeira-chefe do Hospital Miguel Bombarda, lembra-se de alterações no seu tempo. Uma delas foi quando os doentes deixaram de andar de uniformes iguais, prática que se lembra de existir até final da década de 1990, para passarem a vestir a sua própria roupa, e o efeito que isso teve nas relações entre as pessoas. "Passaram a cuidar mais da imagem, recebiam elogios".

Olhos que viam, sem ver, acompanhavam-nos enquanto fomos conduzidos para uma sala de consulta. Foi-nos apresentado um doente entrado nas urgências na noite anterior. Na casa dos vinte anos, de negro vestido, entrou sendo convidado pelo professor, que de novo lhe explicou porque estava ali e quem eramos. Sentou-se e, sendo nós muito poucos, olhou-nos rapidamente com uma mistura de ausência e timidez. Eramos meros observadores, só intervindo se tal nos fosse permitido. O discurso era desconexo e as palavras quase não se percebiam. Com muita calma e persistência a consulta foi decorrendo. No fim, perante a resposta a uma questão, fomos incitados a interagir. Lembro-me do seu olhar sobre mim nesta fase, mas não quis ser eu a questioná-lo, dei abertura aos colegas, calando aquilo que deveria ter dito, mas que, afinal, foi verbalizado pelo seu médico, nosso professor. Porque calei? Porque pelo que observava, sentia o sofrimento. Se devia ter feito a minha observação? Devia! Mas, não estava certa ainda de que a minha intervenção fosse  adequada e não queria, sem intenção, abrir uma nova ferida.

Aprendi, nesta sessão, que devia dar mais “ouvidos” à minha "intuição", encontrando o equilíbrio entre aquilo que a ciência me ensinou e aquilo que de endógeno tenho.


António Lobo Antunes, Memória de Elefante, p. 45

Catarina Gomes, Jornal “Publico”, 2011/07/31

Foto retirada de: http://aparteoutsider.org/?page_id=74


PS: Se clicarem na segunda fotografia, poderão ver o tecto a ruir.



sábado, 6 de fevereiro de 2021

Dos quarenta e muitos aos sessenta e poucos.

Fotografia minha.


Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, numa noite quente. Sempre que me é possível, não resisto a um bom concerto. Recordava-me bem das músicas dos Orchestral Manoeuvres In The Dark. Anos setenta, bom som, vamos ver como estão os meninos no Séc XXI. Plateia: dos quarenta e muitos aos sessenta e poucos.


Conseguiram colocar esta gente toda a dançar ao som dos seus anos setentas, durante o espetáculo inteiro!

Se as recordações se vissem, de certeza que não conseguia tirar esta fotografia, de tanto ruido visual.

Mas, segundo se diz, “Recordar é viver!”

Quem não se lembra?


Bom fim de semana.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Agradecimento.

 

Somos todos iguais e todos diferentes. O mesmo acontecimento pode não promover as mesmas respostas em sujeitos diferentes. Contudo, porque a vida assim me ensinou, aqueles que já passaram pelo mesmo acontecimento relacionado com as figuras parentais, têm uma percepção igual ou muito semelhante. O sentimento é uno!

A todos os que deixaram o seu comentário agradeço porque aprendi com as vossas palavras.

Obrigada!


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

03/02

Fotografia minha.

 

Esta fotografia foi tirada nos anos 70, onde figuro eu com a touca vermelha que, decerto, barafustei para  usar, meus pais e minha irmã, aquela figura pequenina que mais parece uma bolinha. Todos crescemos e todos evoluímos, cada um à sua maneira.

Este senhor foi um líder nato, virado para o mundo das Leis, as quais absorvia como se fossem água. Lutador árduo contra a corrupção, dizia e comentava, aquilo que achava por bem, virando nos últimos anos de trabalho muita gente contra si. Adorava o mar e a família. Foi o companheiro das mais variadas brincadeiras, algumas delas bastante rufias, e por outro lado, era o Pai de Família, por vezes, bastante rígido. A ele tenho que agradecer a preparação para o confronto com a morte de entes queridos, frontalmente e com palavras assertivas.

Contudo, este mesmo Senhor, era um Ser Humano e, com ele, também as fragilidades se faziam sentir, sem que a resposta fosse sempre adequada.

Faz hoje um ano, Pai, Zé, Zézinho, seja qual fôr o nome que usava para a ti me dirigir, não me avisaste, contrariamente a todas as outras vezes em que não sabias se ficavas ou partias. Desta vez, estavas em casa, como todos os dias e, deixaste-nos, de forma abrupta, sem teres culpa nenhuma. No teu lugar ficou…nada! E é esse nada que teima em não ser interiorizado.