terça-feira, 23 de março de 2021

Primavera.

Fotografia minha.

 

Chegou a primavera e com ela uma  nova esperança. É, de facto, uma realidade que a côr nos ilumina.

Os que costumam vir aos meus espaços já se devem perguntar por onde ando… e, não tenho qualquer outra resposta a não ser, por casa em teletrabalho. A acrescer, e com a tão grande ausência de meu Pai, tratar de tudo o que envolve minha Mãe, facto do qual não me queixo.

Não me esqueci, nem desisti, de fechar o capítulo Miguel Bombarda. Tenho inclusive, outras ideias pensadas. Contudo, para realização dos objectivos é necessária alguma predisposição. Por outro lado, tenho um defeito. Para fazer algo, faço-o com “cabeça, tronco e membros”, o que implica algum trabalho. Não o consigo fazer de outra forma.

Todavia, por estranho que pareça, mas por estes tempos todos nos apercebemos de algo novo, estar um dia inteiro em frente a um computador a trabalhar, acaba por me deixar cansada e desmotivada. É uma nova realidade à qual, provavelmente, teremos que nos adaptar.

Assim, esperando encontrar mais um tempinho para cá estar, desejo-vos uma boa semana!



terça-feira, 9 de março de 2021

Long Goodbyes...


 

Long goodbyes
Make me so sad
I have to leave right now
And though I hate to go
I know it's for the better

Esta música sempre me fascinou em todos os aspectos. O tema é a “despedida” e o seu refrão diz, em suma, aquilo que todos sentimos. A tristeza da despedida. A necessidade de sair, abandonar, afastar, embora saibamos que poderá ser para melhor. Aquilo que deixamos para trás…

Não só a letra é magnífica e cheia de sentimento, como também a melodia nos transmite essa percepção. A sonoridade acompanha o tema na perfeição com a flauta ao inicio, o “choro” da guitarra electrica, o piano ao fundo, num ritmo lentificado e cadenciado de nostalgia.

Ao ler comentários a esta obra, encontrei um que achei perfeito e que traduzo pelas minhas palavras: O Ser Humano ainda é capaz de fazer belezas como esta!


segunda-feira, 8 de março de 2021

Maestrina Joana Carneiro.


 

A publicidade em mim tem dificuldade em cumprir o objectivo a que se propõe. Subtilmente acredito que sim porque está feita para tal, mas com consciência da minha parte é muito, muito raro!

E o que aqui deixo não é de forma alguma para que se preste atenção ao produto, mas sim ao "veículo" que o faz passar. Captou-me a atenção pela música e, ao olhar, por segundos, pensei como seria possível alguém conseguir captar tão fielmente as características desta maestrina. Rapidamente percebi que era ela mesma. A sua forma de sentir e comunicar é única!

Um concerto conduzido pela maestrina Joana Carneiro, vale por ela mesmo!

Para quem nunca a viu, esta é uma forma peculiar de perceber as minhas palavras.


BOA SEMANA!


quarta-feira, 3 de março de 2021

Há dias assim.

Fotografia minha.

 

Ainda existem locais destes em Lisboa. Pessoalmente, somente para dar um passeio, ver Lumiar, Ameixoeira e Odivelas ao longe e, ponto final. Não me identifico para viver…preciso de gente e história associada a lugares.

Ao observar esta fotografia posteriormente, identifiquei-me. Uma árvore despida e um banco, esperando…

Há dias assim… que se podem prolongar no tempo, ou não!





Há dias assim
Dias d'alma vaga

...

Tão longe de mim


Sem horas boas nem más
Sem horas sequer
Apenas vazio na alma
Apenas dias assim


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Noite destinada ao Barroco.


Fotografia minha.
 

A Igreja de Santo António, em Lagos, originalmente conhecida como Igreja de Santo António dos Militares, é um dos principais monumentos da cidade. Edificada em 1707, foi destruída pelo sismo de 1755, tendo sido reconstruída em 1769.


Fotografia minha.


É conhecida pela riqueza interior em talha dourada, sendo a sua arquitetura de estilo Barroco.


Fotografia minha.


Foi recuperada entre 2015 e 2016. 

 Nada melhor que uma noite de verão, assistindo a um concerto de música Barroca para a ver de novo,  com todo o seu esplendor.


Fotografia minha.




BOM FIM DE SEMANA!


Clicar para ampliar.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

H. Miguel Bombarda III

Fotografia minha.

 

“(…) todas as noites a policia, os bombeiros ou a indignação da família vinham ali abandonar, como um vazadouro derradeiro, os que tentavam em vão emperrar as engrenagens do mundo escaqueirando o quinane do quarto, descobrindo estranhos bichos invisíveis apalpados nas paredes, ameaçando os vizinhos com  a faca do pão ou escutando o imperceptível assobio dos marcianos que a pouco e pouco se vestem de colegas de escritório (…). Havia também os que se apresentavam sozinhos, braços de fome (…) a troco de uma cama onde dormir, clientes habituais que o porteiro reenviava.”

Fotografia minha.

Todas as semanas, num determinado dia, eramos confrontados com novas realidades. Desta feita, percorrendo estes corredores, chegamos à enfermaria X, masculina. Porta fechada. Tocamos à campainha e, acompanhado de um som estridente, ouviram-se as chaves na porta, surgindo do outro lado, uma enfermeira.

"Até aos anos 1980 viveram em grandes camaratas, não tinham armários. Só há 10 a 15 anos passaram a ter espaço para os seus pertences", recorda Álvaro Carvalho.”

Fotografia retirada da net.

 Passamos por um local idêntico a este mas, mais pequeno, com armários e mesas de cabeceira, que se percebia estarem personalizas. “Idália Cardoso, que ficará como a última enfermeira-chefe do Hospital Miguel Bombarda, lembra-se de alterações no seu tempo. Uma delas foi quando os doentes deixaram de andar de uniformes iguais, prática que se lembra de existir até final da década de 1990, para passarem a vestir a sua própria roupa, e o efeito que isso teve nas relações entre as pessoas. "Passaram a cuidar mais da imagem, recebiam elogios".

Olhos que viam, sem ver, acompanhavam-nos enquanto fomos conduzidos para uma sala de consulta. Foi-nos apresentado um doente entrado nas urgências na noite anterior. Na casa dos vinte anos, de negro vestido, entrou sendo convidado pelo professor, que de novo lhe explicou porque estava ali e quem eramos. Sentou-se e, sendo nós muito poucos, olhou-nos rapidamente com uma mistura de ausência e timidez. Eramos meros observadores, só intervindo se tal nos fosse permitido. O discurso era desconexo e as palavras quase não se percebiam. Com muita calma e persistência a consulta foi decorrendo. No fim, perante a resposta a uma questão, fomos incitados a interagir. Lembro-me do seu olhar sobre mim nesta fase, mas não quis ser eu a questioná-lo, dei abertura aos colegas, calando aquilo que deveria ter dito, mas que, afinal, foi verbalizado pelo seu médico, nosso professor. Porque calei? Porque pelo que observava, sentia o sofrimento. Se devia ter feito a minha observação? Devia! Mas, não estava certa ainda de que a minha intervenção fosse  adequada e não queria, sem intenção, abrir uma nova ferida.

Aprendi, nesta sessão, que devia dar mais “ouvidos” à minha "intuição", encontrando o equilíbrio entre aquilo que a ciência me ensinou e aquilo que de endógeno tenho.


António Lobo Antunes, Memória de Elefante, p. 45

Catarina Gomes, Jornal “Publico”, 2011/07/31

Foto retirada de: http://aparteoutsider.org/?page_id=74


PS: Se clicarem na segunda fotografia, poderão ver o tecto a ruir.