Foto minha. Ponta da Piedade, Lagos |
Manhã muito cedo,
entrada no barco. Barco? Bote! Para usar a terminologia oriunda da zona. O sol
queima mas o motor que empurra a embarcação não dá tempo a que se sinta o
calor. A água que salpica e atinge quem lá vai causa arrepios.
Saída do molhe e
surgem praias salpicadas ao longo da costa. Do outro lado, o horizonte por
companhia. Mãos que experimentam a temperatura da água... fria, quente? Quente
nunca poderia ser, mas a esperança da temperatura amena não se perde!
Os minutos passam, a
viagem continua. O vento é pouco, a corrente não é muito forte e a chegada é
rápida. Necessária a manobra para entrada na enseada. Há que ter cuidado com as
rochas que parecem profundas mas, enganam. Confiança acima de tudo porque o
"marinheiro" sabe o que faz!
Finalmente a fateixa
é lançada e a embarcação fica presa.
Em redor nada mais
que água e rocha. Lá no alto, o céu azul. O grito das gaivotas zangadas com tão
inoportunas visitas. O sol que entra pelos rasgos do tempo na natureza, incide
sobre a água fazendo reflexos nas paredes rochosas e inundando de luz as mais
variadas zonas de água límpida, deixando ver o fundo!
Não há água fria que
seja superior à vontade de nadar no meio daquela coloração natural. À caída à
água, um choque térmico que provoca gritos. O eco faz-se ouvir e, de repente,
é-nos devolvida a nossa própria voz.
Sonho? Realidade? Um
pouco das duas coisas para quem pôde usufruir destas belezas naturais!
O vento norte faz-se
sentir! É tempo de voltar a terra. No caminho, a espuma do mar beija os corpos
já cansados mas felizes...
O texto foi escrito em 2007 e retirado do 'A Kind of Magic II', mantendo-se, em tudo, actual.
Contudo, hoje em dia, é mais um sonho que realidade, por representar um tempo tão longínquo. São imagens mentais que ficaram guardadas em mim, e que não vão repetir-se, pois o marinheiro (meu Pai, para quem o mar tanto significava) já não está entre nós!
Contudo, hoje em dia, é mais um sonho que realidade, por representar um tempo tão longínquo. São imagens mentais que ficaram guardadas em mim, e que não vão repetir-se, pois o marinheiro (meu Pai, para quem o mar tanto significava) já não está entre nós!
Recordações de coisas que nos marcaram, quem as não tem?
ResponderEliminar.
Saudações amigas
Cuide-se.
Já por lá andei várias vezes. No entanto o Marinheiro sempre foi um dos muitos que por lá oferecem serviços. Uma zona linda.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Um texto escrito há 13 anos e que presumo manter-se actual.
ResponderEliminarRecordações? Umas serão boas outras nem por isso. Faz parte da vida.
Um abraço, Alexandra.
A leitura levou-me às ilhas da ria formosa...saudades...
ResponderEliminarA contar os dias para meter os pézinhos dentro de água e sentir a areia entre os dedos!