quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

03/02

Fotografia minha.

 

Esta fotografia foi tirada nos anos 70, onde figuro eu com a touca vermelha que, decerto, barafustei para  usar, meus pais e minha irmã, aquela figura pequenina que mais parece uma bolinha. Todos crescemos e todos evoluímos, cada um à sua maneira.

Este senhor foi um líder nato, virado para o mundo das Leis, as quais absorvia como se fossem água. Lutador árduo contra a corrupção, dizia e comentava, aquilo que achava por bem, virando nos últimos anos de trabalho muita gente contra si. Adorava o mar e a família. Foi o companheiro das mais variadas brincadeiras, algumas delas bastante rufias, e por outro lado, era o Pai de Família, por vezes, bastante rígido. A ele tenho que agradecer a preparação para o confronto com a morte de entes queridos, frontalmente e com palavras assertivas.

Contudo, este mesmo Senhor, era um Ser Humano e, com ele, também as fragilidades se faziam sentir, sem que a resposta fosse sempre adequada.

Faz hoje um ano, Pai, Zé, Zézinho, seja qual fôr o nome que usava para a ti me dirigir, não me avisaste, contrariamente a todas as outras vezes em que não sabias se ficavas ou partias. Desta vez, estavas em casa, como todos os dias e, deixaste-nos, de forma abrupta, sem teres culpa nenhuma. No teu lugar ficou…nada! E é esse nada que teima em não ser interiorizado. 


11 comentários:

  1. Alexandra,
    As perdas mais sentidas, são daquelas pessoas que nós mais amamos.
    Perder mãe e pai, seja em que idade nós filhos estivermos, é perder o solo onde caminhamos... É o último estágio da dor de uma pessoa. Já o contrário, até os mais espiritualizados ainda não encontraram uma palavra para definir a dor do coração partido (de pai e mãe), quando perde um filho.
    Um abraço e cuide-se bem!!!

    ResponderEliminar
  2. Ficam as as boas memórias (em especial). O sentimento não desaparece, mas a mente "habitua-se" e reduz o sofrimento pela perda...

    Lamento muito a saudade contida no seu belo e sentido texto, lamento pela dor, pela tristeza e muito provavelmente pelo sentimento de abandono.

    Um beijinho

    ResponderEliminar
  3. Dói muito e a saudade perdura.
    Um abraço, Alexandra.

    ResponderEliminar
  4. Muito bem. As recordações são sempre boas. As más não vale a pena! :)

    -
    Que a tempestade passe, o sol volte a brilhar
    -
    Beijo e um dia feliz

    ResponderEliminar
  5. Tempos que não voltam mais. Tempos que deixam saudade e sabem tão bem recordar.
    .
    Abraço… Cuide-se
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar
  6. Alexandra, senti em cada palavra sua, muito orgulho pelo seu pai e uma saudade muito profunda.
    Comovi-me porque sei o que sente, já não tenho os meus pais, partiram com um intervalo de dois anos. Sinto todos os dias a falta deles.
    Uma ausência que fica em nós para sempre!

    Um abraço apertado e solidário.

    ResponderEliminar
  7. As perdas são difíceis de superar, deixam um vazio insubstituível.
    Força e, que as melhores memórias a alegrem.

    ResponderEliminar
  8. A mi padre el cáncer de páncreas lo llevo en un mes y a mi madre año y una semana mas tarde aunque con alzhéimer se nos fue sin avisar. Ese día tenía consulta y cuando me llamaron del geriátrico pensé era para recordarme.

    Saludos.

    ResponderEliminar
  9. Uma data que nunca se esquece, um sentimento de perda que permanece toda a vida, mas que o tempo vai amenizando aos poucos. Perdi o pai em 2009, a mãe em 2011. Continuo a sentir muito a sua falta e a lembrá-los com saudade, mas a dor não é a mesma dos primeiros anos.
    Abraço e saúde

    ResponderEliminar
  10. Já perdi pai (1997, sem tempo para despedida) e mãe (2017).
    Nem um só dia passa sem que os recorde com imensa saudade.
    No início culpava-me por não os ter beijado e abraçado mais, de lhes dizer que os amava muito. E isso mortificava-me. Os anos passaram, aceitei e acalmei. Percebi que eles continuam vivos no meu coração.
    Alexandra, no lugar do seu pai ficaram as memórias. Procure-as.
    Beijo, boa semana.

    ResponderEliminar
  11. Um post que muito me sensibilizou... tanto mais que o meu pai se foi bem cedo!... E a minha mãe, já protagonizou diversos e variadas possibilidades de um adeus súbito... uma delas, com direito a uma surreal descrição de se ver "de cima", em que descreveu tudo perfeitamente, no cenário à volta... e que encaixou perfeitamente nos relatórios do seguro, relacionando com um seu atropelamento, quando mais tarde chegaram... isto já há uns bons anos atrás... mais recentemente... são os seus problemas cardíacos e respiratórios, que a qualquer momento... se podem agravar, por qualquer razão...
    Um dia, quero crer que todos nos encontraremos de novo... algures... sob outras formas, talvez... e noutros contextos... nada se perde... tudo se transforma... e também as formas de amor, que se nos manifestam, quero crer...
    Por enquanto... resta-nos o consolo das boas recordações!...
    Beijinhos!
    Ana

    ResponderEliminar