segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

H. Miguel Bombarda I

Fotografia minha. Placa fixada no átrio principal. 


 O Hospital Psiquiátrico Miguel Bombarda, inicialmente instalado no edifício da Congregação da Missão dos Padres de São Vicente de Paulo, construído entre 1730 e 1750 na antiga Quinta de Rilhafoles, adquirida por aquela instituição religiosa em 1720.

Após a extinção das ordens religiosas em Portugal, o edifício do ex-convento de Rilhafoles albergou o Real Colégio Militar, a partir de 1 de Setembro de 1835, instituição que ocupou as instalações até que, por decreto de 14 de Novembro de 1848, referendado pelo duque de Saldanha e barão de Franco, por ocasião das reformas legislativas do ensino e do exército realizadas na época, foi transferido para o edifício do Convento de Mafra.


Fotografia minha. Placa fixada no átrio principal.

Após a saída do Colégio Militar foi destinado para o hospital de alienados, isto é destinado a doentes mentais, transformando-se no mais antigo Hospital Psiquiátrico do país, fundado em 1848. Como se pode ver a Rainha D. Maria II, foi uma das impulsionadoras desta instituição.


Fotografia minha. Fachada principal do H. Miguel Bombarda


Com a introdução dos psicofármacos, surgiu a ideia de que não seria necessário este tipo de instituição visto que e apesar de tudo, mais não era que um depósito de pessoas com as mais variadas problemáticas psiquiátricas. Mas seria só isso? Um depósito? Não nos teremos esquecido que aquelas pessoas, não tinham mais nada para além daquele espaço? 


Fotografia minha. Entrada principal.

Entrar neste portão foi, durante algum tempo, uma aprendizagem com estas vidas que, um dia, aqui deram entrada e não mais saíram. A eles, o meu agradecimento por me terem deixado ver outras realidades inesquecíveis.

Fonte: Wikipédia


PS: Foi deixada fotografia da entrada do átrio no post intitulado "Introdução". Se clicar nas fotografias verá com mais pormenor. 



13 comentários:

  1. SE o pessoal dessas instituições fosse adequado tanto em formação profissional com em número , a minha opinião de leiga é que estariam muito melhor cuidados em todos os aspectos do que nesta situação de entregues a si mesmos...

    Beijinho, boa semana

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. De facto, São, o pessoal era adequado em termos de formação. Já em número, não se pode dizer a mesma coisa. Era algo difícil de gerir precisamente pelas pessoas que lá eram abandonadas em função das patologias mais graves. Mas, no meu entender, o que se fez a seguir em nada resolveu este tipo de problemas. Quem realmente precisa destes cuidados, normalmente não percebe quando está descompensado, o que trás problemas a montante e a jusante.

      Irei fazer uma postagem nesse sentido.

      Beijinho e obrigada pelo comentário.

      Eliminar
  2. Este Hospital ainda está em elaboração?
    .
    Um feliz início de semana
    Cuide-se
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não Ryk@rdo. O hospital está fechado há já bastante tempo. Lá chegarei. :)

      Eliminar
    2. Alexandra,
      A pergunta do Ricardo era a que eu
      ia fazer.
      Penso que sua matéria
      é expressiva e de valor
      cultural maravilhoso.
      Eu sempre fico pensando
      nesses enormes prédios vazios
      e nas histórias que eles
      guardam.
      Bjins
      CatiahoAlc.

      Eliminar
  3. Uma publicação deveras interessantes! :)
    -
    Sou a alma da minha força.
    .
    Beijo e uma excelente semana.
    Protejam-se!

    ResponderEliminar
  4. Posts que me têm dado a conhecer um hospital que nunca conheci, mas do qual sempre ouvi falar na minha juventude.
    Abraço, saúde e boa semana

    ResponderEliminar
  5. As perturbações mentais são, quanto a mim, as doenças mais difíceis de diagnosticar e lidar e infelizmente ninguém está livre de vir a ter um problema deste tipo.
    Se ainda hoje há estigmas ligados a doenças mentais, nem imagino naquela época.

    Decerto que a Alexandra viveu uma experiência única que certamente a deve ter marcado.

    Um beijinho com saúde e uma feliz semana.


    ResponderEliminar
  6. Durante mucho tiempo a este tipo de establecimientos sanitarios eran almacenamiento de personas. Gracias a Dios esto esta cambiando.

    Saludos.

    ResponderEliminar
  7. Publicação de muito proveito. Obrigada.

    ResponderEliminar
  8. Sabes Alexandra,
    Muitas vezes'me pergunto Como era a vida outros tempos. O que tera sido viver com todas essas ordens religiosas e um hospital para os "alienados". A palavras em si parece indicar carinho, cuidado, um tanto de tabu mas uma postura caridosa e de respeito diante do infortunio. Acho que as pessoas tomavam mais em consideracao que um mal ou doenca pode cair em qualquer um e tinham de se ajudar uns aos outros. As ordens religiosas impunham esse conceito e decerto que faziam bem a muita gente. Mas quando hoje em dia se fala de hispitais psiquiatricos e ordens religiosas o que e que as pessoas se apressam a falar sem qual que conhecimento de causa? Pedofilia nos Padres, roubo ao povo, doidos ou casa de malucos-foge deles....
    Temos pessoas a dormir nas ruas tal como decerto nesse tempos tambem existiam. Sonos mais indiferentes ao sofrimento alheio e mais egoistas. Pensamos e vemos o lado mau das coisas sem procurar outros porque a percepcao que as pessoas tem de hospitals para diante psiquiatras ou instituicoes religiosas e formosa nao por conhecimento de causa mas pelos MEDIA. E estes so fazem.noticia de coisas mas. A pedofilia na casa pia, nos padres pelo mundo e o Cinema so mostra casos de corrupcao em.instiuicoes caridosas, vigaristas, ladroes a se fazem bem, assaltantes, homicidas... aquilo a que expomos a populacao e aquilo em que acreditam. E assim a sociedade muda para uma mentalidade formada cada vez mais pela ficcao e pelo facto isolado.

    Dos benemeritos nao reza a historia e sao poucos os que sabem dos actos de D. MARIA II ou de Miguel Bombarda e todos os outros que nao passa de nomes em placas de ruas e avenidas. Estas deviam vir acompanhadas com um pouco de historia para que quem passa possa estar a receber informacao cultural. Vivemos numa era com excess de informacao em que se da muita desinformacao e fake news. Outros tempos teria sido assim? Acho que as pessoas deram mais caridosa e muito mas muito menos centradas em si proprio. Tambem pensavam now mais necessitados e em formas como podia ajuda-Los. Dai criarem-se hispitais. A ideia nao era "armazenar" pessoa - julgo eu. Mas vai ser so esse o conceito que prevalece no tempo. Porque? Por causa dos filmes de Hollywood que se passar em centros psiquiatricos em que todo o staff e violent, cruel e abusivo e os pacientes vitimas que afinal sao gente normal
    Este conceito tornou-se generalista e ninguem pensa se TODOS os lugares eram assim. Generalizam. Tem preguica mental para ir mais alem do que vem na ficcao. E se esta faz algo "com base em factos reais" entao... levam tudo a letra.

    ResponderEliminar
  9. Que? EU escrevi tanto?
    Desculpa ahahah. Nem estruturei bem o pensamento sai tudo assim... bjs

    ResponderEliminar
  10. Não há problema algum em escreveres, Portuguesinha. Gosto que escrevam e gostei de ler.

    Colocas várias situações importantes e delicadas. Por um lado, a sociedade actual tem mais conhecimento porque também existem meios para tal. Contudo, não há um filtro. E, aí sim, é dever de quem lê e observa, perceber se está a seguir uma fonte segura. Infelizmente, não é isso que acontece. As pessoas tendem a "engolir" tudo sem se questionarem, o que se transforma em desinformação. E, é verdade sim, que a sociedade está muito individualista. Cada vez menos, se olha para o outro e mais para o próprio.

    A nível cientifico e no âmbito do post, se é verdade que muito se estudou e fez para melhorar as condições das pessoas com estas problemáticas, não é menos verdade que os métodos eram por vezes bastante cruéis (falarei sobre isso). Mas, felizmente, a ciência evoluiu e em termos de tratamento estamos melhor. Contudo, a forma e os lugares em que esse tratamento pode ser feito, fragmentou a individualidade deste tipo de problemáticas. Aí, em parte, esquecemos que, por vezes, estas pessoas precisam realmente de ser acompanhadas porque, dadas algumas especificidades, sózinhas não contribuem em nada para a sua cura e/ou melhora.

    Acho que, de alguma forma, falarei um pouco sobre esta problemática que colocas e que é importante. Já o tempo para o fazer me permita...

    A tua ideia de acrescentar informação aos nomes que se dão às ruas, etc, é para mim, uma ideia interessante, mas penso que não é esse o objectivo de quem trabalha neste ramo, infelizmente.

    A pedofilia sempre houve, tal como os "loucos", entre outras situações que falas, só que são mais visíveis actualmente, dada a informação existente. No entanto, estou de acordo contigo. Não podemos de forma alguma generalizar. Há que saber fazer a separação do real e da ficção.

    Penso que respondi às questões pertinentes que colocaste. Se faltou alguma coisa, diz.

    Obrigada pelos teus comentários. Gostei muito.

    Beijinho. :)

    ResponderEliminar